Êxodo urbano e as influências da pandemia: entenda o movimento e as perspectivas para o futuro
O êxodo urbano é um conceito que deve ser entendido e explorado pelos profissionais do mercado imobiliário. Afinal, ele influencia preços de imóveis e gera novas tendências importantes para o setor.
Essa dinâmica se tornou muito presente durante a pandemia provocada pela COVID-19, já que o êxodo se acentuou em diversos locais. Assim, ele trouxe mudanças importantes para famílias e para profissionais que atuam no setor de imóveis.
Por isso, neste conteúdo você entenderá mais sobre o êxodo urbano, como ele foi influenciado pela pandemia e quais as perspectivas para o futuro. Continue a leitura e aprenda!
O que é êxodo urbano?
Antes de entender como o êxodo urbano se intensificou com a pandemia e seus impactos no mercado imobiliário, é preciso conhecer melhor esse termo. O conceito de êxodo urbano diz respeito ao abandono de uma população da área urbana de determinada região.
Assim, nessa dinâmica, pessoas migram da cidade para o campo e para as áreas rurais, mais afastadas de grandes centros urbanos. Os motivos para esse movimento são os mais variados — e observados de modo constante durante a história da humanidade.
Nesse cenário, questões como qualidade de vida, razões econômicas, disponibilidade de bens e serviços e outros pontos podem influenciar essa mudança. Historicamente, inclusive, existem exemplos importantes de êxodo urbano, com diversos contextos.
Por exemplo, na decadência do império romano, foi constatado um grande êxodo rural (ida do campo para a cidade) por toda a Europa. Então a população das cidades começou a sofrer com a superlotação dos centros urbanos, a falta de alimentos e recursos para uma boa qualidade de vida.
Ainda nessa época, registrou-se um aumento de invasões bárbaras nos locais. Como consequência, houve um êxodo para o campo. Assim, a população urbana buscava fugir dos problemas e se instalar em áreas rurais para melhorar sua subsistência.
Em tempos mais modernos, o movimento é visualizado, principalmente, em grandes metrópoles que estão no limite da capacidade para proporcionar boa qualidade de vida para os habitantes. Desse modo, a poluição elevada, a falta de recursos públicos e a perda de tempo no dia a dia são considerados na tomada de decisão.
Além disso, com a evolução da tecnologia e dos meios de transporte, o êxodo urbano também se torna mais presente. Afinal, a população do campo terá mais acesso a serviços e produtos que antes eram exclusivos das cidades.
O êxodo urbano em 2020 e 2021
É fundamental destacar que nos anos de 2020 e 2021 o êxodo urbano ganhou força mundialmente. Isso ocorreu, principalmente, pelos reflexos da pandemia provocada pela COVID-19, que afetou a vida de toda a população ao redor do planeta.
Conforme uma pesquisa divulgada pela Infomoney, a busca por imóveis em regiões do interior de São Paulo subiu cerca de 28% entre março e setembro de 2020. Ainda, no mês de junho a alta foi de 60%, comparando-se aos mesmos períodos de 2019.
Outro dado relevante foi o aumento de 340% na procura de imóveis a mais de 100 quilômetros da capital paulista. Em diversas cidades do estado paulista também houve quedas de preços em imóveis de regiões mais urbanizadas — e baixa demanda quando comparada a anos anteriores.
Qual a influência da pandemia nesse movimento?
Depois de conhecer o que é o êxodo urbano, você já pode entender qual a influência da pandemia do coronavírus nesse movimento. Entenda a seguir por que o êxodo se intensificou nesse período!
Adoção do home office
Com a pandemia, a adoção do home office no mercado de trabalho — que já era um movimento presente — se difundiu bastante. Esse termo é traduzido como trabalho remoto e oferece a possibilidade de profissionais cumprirem a jornada de trabalho em casa.
A regulamentação dessa possibilidade se deu ainda antes da pandemia, por meio da Reforma Trabalhista de 2017. Com a alteração na Consolidação das Leis do Trabalho, o home office é legalizado e tem suas principais regras definidas na legislação.
Fica a cargo do empregador e do empregado decidirem sobre essa possibilidade — e cada caso era avaliado individualmente antes de 2020. No entanto, após as restrições de espaços de trabalho e contato entre pessoas durante a pandemia, o formato se tornou mais popular.
Dessa maneira, diversas empresas que antes se limitavam ao trabalho presencial, agora adotam o home office ou o regime híbrido como padrão. Portanto, o colaborador continua desempenhando as suas funções da própria casa — viabilizando, para muitos profissionais, a saída de grandes cidades.
Assim, quem pôde migrar para áreas mais rurais teve a possibilidade de driblar os problemas típicos dos grandes centros urbanos sem prejudicar a carreira.
Necessidade de evitar aglomerações
A segunda influência da pandemia de coronavírus no êxodo urbano se deu por conta da necessidade de evitar aglomerações. Nesse sentido, regras sanitárias e de convivência foram implementadas para que a COVID-19 não se espalhasse entre a população.
Por isso, era fundamental evitar lugares com muitas pessoas — o que é comum em grandes centros urbanos. Logo, shoppings centers, ônibus, metrôs, eventos culturais, shows, restaurantes e outros locais foram proibidos de funcionar ou tiveram sua capacidade reduzida.
Com as novas regras, as cidades perderam atratividade para muitas pessoas. Assim, a ideia de morar em locais mais afastados — atuando no formato home office e distante de multidões — pareceu mais atrativa para quem se viu possibilitado de optar por essa mudança.
Busca por imóveis mais amplos
Com as novas necessidades advindas do cenário de pandemia, a população também passou a esperar mais de suas residências. O período fez com que mais tempo fosse passado em casa. Por isso, tornou-se mais comum a busca por mais áreas de lazer, cômodos espaçosos e áreas úteis maiores.
O período, por exemplo, trouxe dinâmicas diferentes no cotidiano de adultos e crianças. Muitos pais passaram a trabalhar em casa, enquanto as crianças precisaram permanecer no imóvel para assistir às aulas on-line.
Consequentemente, famílias com filhos perceberam que apartamentos pequenos e com poucas alternativas de lazer podiam não ser as melhores opções. Assim, houve uma procura cada vez menor por imóveis muito pequenos e com área útil reduzida.
Desse modo, imóveis fora dos grandes centros ganharam mais atenção de quem busca mais espaço. Chácaras, sítios e casas de campo, por exemplo, proporcionam facilidades aos moradores: os espaços eram mais amplos, com diversas formas e áreas de lazer, além dos preços mais baratos de aluguel e manutenção.
A busca pelo conforto longe das maiores cidades do País, portanto, ganhou fôlego nesse período e trouxe transformações importantes para o mercado imobiliário.
Quais os impactos do êxodo urbano no mercado imobiliário?
Como você percebeu, a pandemia trouxe reflexos importantes para o movimento de êxodo urbano, acentuando essa situação no Brasil. Consequentemente, a dinâmica impactou, em diferentes medidas, o mercado imobiliário — que precisou se adaptar à nova realidade.
O principal impacto, nesse ponto, se deu em relação aos imóveis mais procurados e às regiões em crescimento devido ao êxodo populacional. Casas e apartamentos maiores apresentaram demanda elevada, aumentando o preço médio desses imóveis.
O movimento tem capacidade de influenciar o projeto e os planos de construtoras e, consequentemente, de todo o mercado. A depender da região, apartamentos compactos e casas com pouca área de lazer tendem a perder valor no mercado se comparado a outras épocas.
Ademais, regiões mais rurais ou afastadas dos grandes centros ganharam atratividade. Dessa maneira, o mercado precisa se adaptar à tendência. Corretores e imobiliárias, por exemplo, devem estar preparados para apresentar opções e fechar negócio nesses novos locais — considerando o interesse do seu cliente.
Por que o profissional do mercado imobiliário precisa considerar o tema?
Você acabou de acompanhar os principais efeitos do êxodo urbano durante a pandemia no mercado imobiliário. Mas por que o profissional que atua no setor de imóveis precisa conhecer os detalhes desse conceito?
Entenda a seguir os principais motivos!
Encontrar novas oportunidades
Adaptar-se à nova realidade no mercado imobiliário é essencial para encontrar oportunidades e nichos de atuação. Se o profissional se mantiver apenas em uma região ou área, pode perder muitos clientes.
Como os consumidores estão procurando imóveis com características e locais variados, é preciso saber como ajudá-los. Ao ter esse conhecimento, o profissional consegue mapear novas oportunidades de negócio e atender às expectativas dos interessados.
Esse processo, inclusive, é fundamental para a fidelização: quando um corretor ou uma imobiliária encontra o imóvel ideal, o cliente se sente satisfeito. Essa situação ajuda na propaganda orgânica e também no retorno para outros negócios.
Nesse sentido, ele pode querer alugar o seu próprio imóvel urbano, indicar a amigos e familiares que também desejam se mudar etc. Ademais, saber aproveitar as oportunidades é importante para a carreira e para a reputação do profissional — que tende a se destacar no mercado.
Mostrar entendimento para os clientes
Ter conhecimento do mercado também é fundamental para demonstrar mais segurança aos clientes. Pessoas que procuram imóveis querem contar com profissionais atualizados e alinhados ao mercado e que possam resolver suas dores e suas dúvidas, certo?
Por isso, é preciso conhecer o êxodo urbano, entender como ele ocorre na sua região de atuação e quais são as cidades e as regiões que apresentaram crescimento na busca por imóveis. Assim, você poderá oferecer alternativas ao seu cliente, apresentar a região e, inclusive, mostrar os prós e os contras de optar pelo local.
Explorar outras regiões
Como você já percebeu, o impacto da pandemia e do êxodo urbano também traz um reflexo importante para o mercado: regiões antes menos procuradas agora passam a ter mais demanda. Dessa forma, o profissional do ramo precisa se adaptar e estar atento a locais com os quais não trabalhava antes.
Se o foco continuar somente em imóveis urbanos e compactos, o profissional pode deixar de atender a uma cartela muito mais ampla. Afinal, o crescimento da busca por áreas mais afastadas foi e continua sendo relevante. Além disso, é possível que essa realidade se mantenha no longo prazo.
Assim, se for possível, vale considerar ter um braço do negócio focado em áreas de campo e rurais, além de loteamentos longe dos centros. Esse pode ser um diferencial importante — e com condições de impulsionar o seu negócio imobiliário nos próximos anos.
Atualizar-se sobre os preços do mercado
O movimento que você acompanhou até aqui também influencia o preço médio dos imóveis de cada região do País. Isso porque o mercado imobiliário é influenciado, principalmente, pela lei de oferta e procura.
Regiões com mais compradores e locatários interessados costumam ter um metro quadrado mais valorizado. Logo, o êxodo urbano traz reflexos importantes nessa questão, podendo reduzir o preço dos imóveis nas grandes cidades e gerar valorização em regiões mais afastadas.
Portanto, o profissional precisa se atualizar sobre a tendência e os valores para conseguir realizar uma boa avaliação de imóveis. Desse modo, entender para quais locais as famílias estão indo, os imóveis mais procurados e os diferenciais buscados é essencial para uma boa precificação.
Quais as perspectivas para o futuro dos imóveis?
Agora você já sabe que a pandemia gerou, em muitas pessoas, o desejo de contar com um imóvel confortável e com mais espaço para obter mais qualidade de vida. Assim, apesar de a pandemia provocada pela COVID-19 ser passageira, algumas tendências tendem a se manter.
Por exemplo, diversas empresas do País estão dispostas a seguir no trabalho remoto ou híbrido. Afinal, muitos empregadores e profissionais perceberam os benefícios desse tipo de jornada. Há redução de custos, melhora na produtividade dos empregados e qualidade de vida da equipe. Logo, a moradia ganha ainda mais importância.
Além disso, o mercado imobiliário tem se renovado — e muitas novidades tendem a surgir nos próximos anos. Há, por exemplo, diversos apartamentos, condomínios e casas ainda em construção que atendem às necessidades desse novo consumidor.
Assim, mesmo após a pandemia, haverá oferta de imóveis baseados em um novo perfil de cliente. É de se esperar, portanto, que a tendência de buscar imóveis maiores e afastados das cidades continue em crescimento — sinalizando que alguns reflexos da pandemia e do êxodo urbano no mercado imobiliário tendem a se manter no longo prazo.
Pronto! Agora você já sabe o que é o êxodo urbano, as influências da pandemia nesse movimento e as perspectivas dele para o futuro. Lembre-se de que se manter atualizado sobre o mercado é essencial para atrair mais clientes e ter novas oportunidades de vendas e aluguéis.
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