A reforma dos estacionamentos e o futuro das cidades
Em dezembro de 2021, foram registrados mais de 59 milhões de automóveis no Brasil, segundo dados do Ministério de Infraestrutura, isso resulta em cerca de um carro para cada três pessoas no País. Para diminuir o impacto desses números, estão sendo pensadas soluções para um possível adeus às vagas de garagem no centro de São Paulo e, até mesmo, ideias como a de bairros sem carros, que já existem em outros países.
É óbvio que essas soluções só podem ser consideradas com um sistema de transporte qualificado, mas, em todo caso, os estacionamentos continuam sendo aliados. A questão é que o impacto das suas configurações espaciais podem ser muitos, afinal cada pedaço de terra é uma possibilidade de moradia, especialmente nos centros ultravalorizados de metrópoles.
No lugar de estacionamentos extensos, ocupando grandes áreas térreas, os edifícios-garagem são uma realidade que diminui a ocupação do solo. Alguns destes possuem conceito multimodal, oferecendo a facilidade de continuar o trajeto por meio de transporte público ou mesmo alugando bicicletas e patins elétricos.
Existe o pensamento de que a reforma do estacionamento salvará a cidade, pois, de fato, um sistema de mobilidade integrado e bem-estruturado envolve espaços que estimulam a multimodalidade e facilitam a circulação das pessoas. As leis estratégicas orientam o desenvolvimento urbano dessa maneira, tanto que a revisão do zoneamento em 2015 incentivou a implantação de edifícios-garagem próximos das estações de trem, metrô e terminais de ônibus da cidade de São Paulo.