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Configuração de quadras e os bairros planejados

Foto da autora Thainá Neves

Há certa autonomia na maneira como as cidades se configuram, a partir de questões econômicas, socioculturais e outras necessidades naturais, garantindo diversidade de formas arquitetônicas e urbanísticas. Basta observar as cidades antigas e medievais, como a Cidade Velha de Ghadames e o assentamento Çatalhöyük (em inglês), que possuem traçados sinuosos, muitas vezes sem uma separação evidente entre espaços público e privado, ou mesmo quarteirões definidos.

Vista aérea da Cidade Velha de Ghadames, mostrando o aglomerado de construções sem a separação entre quarteirões.
A Cidade Velha de Ghadames, na Líbia, é um exemplo de configuração primitiva de malha urbana, com construções agrupadas que favorecem o adensamento. Fonte: Islamic Architectural Heritage

Com a industrialização, os formatos orgânicos deram lugar a quadras com linhas paralelas e extensas vias para automóveis, como a Paris desenhada por Haussmann. Com a possibilidade de adensamento e encurtamento das distâncias que os formatos ortogonais oferecem, surgem desafios para conciliar a cidade para carros ao percurso do pedestre. O conceito da Cidade de 15 minutos surge nessa discussão.

Mas o que dizer sobre bairros que nascem totalmente planejados?

Os empreendimentos VivaPark Porto Belo, em Santa Catarina, e Parque Una, no Rio Grande do Sul, são bairros planejados que priorizam a existência de grandes áreas verdes. A estrutura das quadras garante traços bastante lineares nas áreas estritamente residenciais, com vias que se conectam facilmente e com praças abertas. Nas áreas comerciais, concentram-se os edifícios corporativos, cujas fachadas ativas têm relação direta com os parques, equilibrando os cheios e os vazios.

 Vista aérea do empreendimento Viva Park, com diferentes configurações de quarteirões entre área residencial e corporativa.
A organização de um bairro planejado pode ocorrer por meio de setorização dos usos, como é o caso do VivaPark Porto Belo. Fonte: Viva Park, no Apto

A reflexão sobre a configuração de quadras para uma cidade espontânea e saudável é pertinente independentemente da configuração. Desde as mais estruturadas, que enfrentam questões como a falta de terrenos para construir e vazios urbanos, até as cidades mais jovens, que possuem demanda para o crescimento planejado.

Foto da autora Thainá Neves
Arquiteta dedicada á pesquisa desde o inicio de sua formação, sempre atenta ao que surge de melhor para a criação de cidades mais sustentáveis.
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