Dark kitchen: o que é, como funciona e quais os impactos no mercado imobiliário?
Com o passar do tempo, é natural que novas tecnologias e contextos promovam inúmeras alterações em diferentes setores do mercado. Atualmente, uma das representações desses movimentos é o surgimento do sistema de dark kitchen.
Impulsionado principalmente devido à pandemia, esse modelo de negócio é pautado em cozinhas cujo foco está exclusivamente no serviço de delivery. Embora esse modelo de empreendimento esteja ligado diretamente ao mercado de restaurantes, ele também tem impactos no setor imobiliário.
Quer entender melhor de que forma a dark kitchen tem gerado transformações no ramo dos imóveis? Então continue a leitura deste texto!
O que é uma dark kitchen?
Uma dark kitchen — também conhecida como cozinha-fantasma, restaurante virtual ou ghost kitchen — é um novo modelo de negócio focado no serviço de alimentação apenas para viagem. A ideia está muito ligada ao mercado de aplicativos de entrega.
Assim, ele consiste em estabelecimentos utilizados para produzir refeições. Depois, os pedidos são entregues ao consumidor por meio de delivery. Portanto, essas empresas não têm um espaço direcionado ao consumo no local.
Vale destacar que, embora muitos restaurantes físicos também trabalhem com entregas, no caso de um negócio dark kitchen ele é focado exclusivamente nessa atividade, ou seja, não é possível que o cliente compre seus alimentos pessoalmente.
Como essas cozinhas surgiram e quais tipos existem?
Agora que você entende o que é uma dark kitchen, é importante compreender por que esse modelo de empreendimento surgiu. Ademais, vale saber o que faz com que ele ganhe cada vez mais destaque no mercado, influenciando outros setores para além do gastronômico.
Nesse aspecto, os restaurantes virtuais surgiram por conta da popularização dos aplicativos de entrega de comida. Esse modelo de empreendimento começou em 2018, na cidade de Londres (Inglaterra) e tem alcançado mais regiões ao longo do tempo — como o Brasil.
Vale notar que esse modelo de negócio pode ser utilizado com diferentes objetivos, de acordo com o intuito do empreendimento. Assim, existem diversos tipos de dark kitchens, como:
- Tradicional: modelo que conta com apenas uma marca e uma cozinha para preparar as refeições. O trabalho pode ser feito com base em sistema de delivery terceirizado ou próprio;
- Multimarca: permite que diferentes marcas operem sob o mesmo guarda-chuva de uma empresa. Nesses casos, o foco é oferecer diferentes opções de cozinha (brasileira, italiana, japonesa etc.) em um mesmo lugar;
- Capitaneada por empresas de delivery: são oferecidas pelas próprias empresas de delivery. Isso ocorre quando as marcas investem em espaços localizados em áreas de alta demanda, providenciando tudo o que é necessário para o funcionamento adequado da cozinha.
Por que a dark kitchen é uma tendência?
Como você viu, as cozinhas-fantasma surgiram vinculadas aos aplicativos de delivery e têm como principal característica a inexistência de áreas para consumo no local, focando na entrega. Esse modelo de empreendimento tem se tornado uma tendência por diversos motivos.
Confira alguns deles a seguir!
Redução de custos
Um dos motivos pelos quais as cozinhas-fantasma se tornaram populares está relacionado ao custo. Sem necessitar de um espaço para o consumo dos clientes, o custo operacional do negócio é menor, já que não é preciso dispor de garçons e ter outros custos para recepcionar consumidores.
Possibilidade de localização mais barata
A dark kitchen é um modelo de empreendimento que tem mais flexibilidade em relação à localização, principalmente quando comparada a um restaurante tradicional. Assim, é possível trabalhar com uma cozinha-fantasma em locais menos visados e de aluguel baixo, diminuindo gastos.
Compartilhamento de cozinhas
Como o foco do negócio é o delivery, é possível que uma dark kitchen seja compartilhada por diferentes restaurantes — inclusive, de redes diversas. Isso torna o serviço de entrega de alimentos mais eficiente.
Melhores preços
Uma vez que os custos dos trabalhos são reduzidos, já que o número de pessoal e os gastos com o espaço são menores, a diferença nos gastos pode ser convertida em preços mais acessíveis. Dessa forma, os restaurantes conseguem reduzir o preço das refeições, atraindo mais clientes.
Quais os impactos da tendência no setor imobiliário?
Depois de entender o que são as cozinhas-fantasma e o que tem favorecido o crescimento desse modelo de empreendimento, vale a pena analisar de que forma essa realidade impacta o mercado imobiliário.
Nesse sentido, o sistema de dark kitchen permitiu o surgimento de um novo ramo no mercado de imóveis: o coworking de dark kitchen. Em termos gerais, esse modelo de empreendimento consiste na concentração de diversas cozinhas em uma mesma edificação.
É comum que isso ocorra em imóveis localizados em lugares próximos à clientela potencial, fazendo com que os custos de entrega sejam reduzidos. Assim, o empreendedor licencia o edifício como um coworking de uso não residencial, mas localizado em uma vizinhança residencial.
A partir de então, os espaços — geralmente pequenos, de 20 m² ou 30 m² — são preparados para receber cozinhas industriais. Portanto, um único prédio pode suportar diferentes cozinhas que funcionarão simultaneamente.
Ainda, há a possibilidade de ampliar as oportunidades de locação de imóveis em locais que, antes, poderiam não ser interessantes. Afinal, a localização deixa de ser o principal foco e a estrutura necessária é mais simples que a exigida em um restaurante tradicional.
Por que o profissional do setor precisa acompanhar esse movimento?
Até aqui, você compreendeu as principais informações sobre o sistema de dark kitchen. Como foi possível notar, esse novo modelo de empreendimento, embora seja vinculado diretamente ao setor alimentício, permite oportunidades no segmento imobiliário.
Essa realidade ficou ainda mais clara após a pandemia provocada pela COVID-19 e a popularização dos aplicativos de entrega. Para os restaurantes antigos, a dark kitchen foi uma opção para manter-se em funcionamento. Já para novos empreendimentos, essa foi uma oportunidade de inovar.
No caso de quem trabalha no setor imobiliário, imóveis que antes estavam ociosos passaram a ser vistos como possíveis empreendimentos — como os espaços para compartilhamento de cozinhas.
Um exemplo é o caso de Travis Kalanick, cofundador da Uber, que, mesmo antes da pandemia, inaugurou uma startup dedicada às cozinhas-fantasma. O intuito de seu empreendimento foi investir na compra de imóveis baratos e localizados em áreas urbanas bastante movimentadas.
Dessa maneira, ele pôde desenvolver cozinhas capazes de suprir a demanda de diferentes restaurantes, além de contar com uma localização que permite entregas rápidas e menos custosas.
Compreender o que é uma dark kitchen é fundamental para manter-se atualizado sobre as tendências e as novidades do mercado. Afinal, além de promover inovação para os food services, ela pode gerar oportunidades interessantes no mercado imobiliário!
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