Mundo BANI e o mercado imobiliário
A quantidade de filmes produzidos de 2001 a 2022 que retrata o fim do mundo é maior que a soma dos 100 anos anteriores. Esse fascínio pelo futuro existe há muito, afinal o mundo sempre apresentou imprecisões quanto ao que vem depois do tempo atual. O conceito VUCA foi estabelecido no final da década de 1980 para definir os tempos voláteis, incertos, complexos e ambíguos vividos.
No entanto, para o antropólogo Jamais Cascio já estamos vivendo o mundo BANI desde 2018, pois são tempos frágeis, ansiosos, não lineares e incompreensíveis. Apesar de parecer que estou falando de física quântica e que estamos em uma contagem regressiva, como em Donnie Darko, essas características do mundo BANI são facilmente identificadas em diversos aspectos da sociedade.
No setor imobiliário, a instabilidade no mercado norte-americano, as dívidas das incorporadoras chinesas e os impactos da guerra na Ucrânia são alguns dos principais reflexos. A sociedade cria e recria sistemas para prever e se adaptar à desordem cotidiana e as reações do mundo BANI levantam novas questões sobre comprar ou alugar, abrindo também novas possibilidades de respostas.
Da perspectiva do comprador, a resposta para esse cenário instável parece ser alugar, garantindo flexibilidade para mudanças. No entanto, a solidez que a compra de um imóvel oferece, inclusive do ponto de vista de investimentos, continua bastante vantajosa em inúmeros contextos.