6 meses de guerra na Ucrânia e seus impactos no mercado imobiliário
Após seis meses de seu início, a guerra na Ucrânia continua impactando diretamente o cenário global e seus efeitos são sentidos em diferentes escalas econômicas. Espera-se uma desaceleração da economia mundial em 1% e um crescimento da inflação global em 2,5%, confirmando o risco de recessão caso o conflito seja prolongado.
Problemas na cadeia de abastecimento causaram uma crise de commodities, gerando um espiral no aumento dos preços das matérias-primas, afetando diretamente o setor. Desde junho de 2020, o mercado já vem sofrendo com a alta dos materiais de construção e, segundo especialistas, esses valores não foram repassados, tendenciando assim o aumento nos preços dos imóveis e dos aluguéis.
E isso já está acontecendo, pois os imóveis atingiram a maior alta em 18 anos no mundo e os aluguéis residenciais tiveram uma alta superior à inflação. Além disso, a alta dos insumos da construção também aumenta a pressão sobre os custos de imóveis econômicos, em um momento no qual milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza e a população em situação de rua cresceu cerca de 16% no País.
Outro efeito colateral da guerra é a migração de pessoas que fogem do conflito, movimento que também afeta o mercado imobiliário de cada país. Na Armênia, por exemplo, os aluguéis dobraram de preço devido à alta procura, enquanto na Itália as vendas de imóveis aumentaram no período no qual o país recebeu mais de 100 mil cidadãos ucranianos.
Cheio de instabilidade, o cenário também fez com que os fundos imobiliários se tornassem menos atrativos em risco e rentabilidade, obrigando investidores a buscar ativos de renda fixa. Entretanto, o mercado imobiliário é tido como uma boa saída para proteger seu patrimônio, por se tratar de um ativo real que se corrige com a inflação, sendo uma alternativa para se precaver nesse momento.