A maior alta dos materiais de construção desde o início do Plano Real
Os custos com insumos da construção civil vêm ficando cada vez mais caros no Brasil. Segundo o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), em um período de 12 meses, de junho de 2020 até junho de 2021, foi registrada uma alta de 17,34%. Referindo-se apenas aos materiais e aos equipamentos de construção, o maior patamar desde o início do Plano Real foi atingido, acumulando uma alta recorde de 32,92%.
A alta nos insumos também refletiu no custo nacional da construção por metro quadrado, chegando a um valor de R$ 1.421,87 em junho deste ano, sendo R$ 829,19 referentes aos materiais e R$ 592,68 à mão de obra. Um dos fatores que pode estar gerando uma grande alta nos materiais é a falta de matéria-prima, o que faz o preço dos produtos serem ajustados frequentemente, além de tornar os produtos nacionais mais caros que os importados.
Criando uma grande bola de neve no setor imobiliário como um todo, os lançamentos são adiados pelo alto custo, o saldo devedor reajustado pelo INCC prejudica quem comprou apartamento na planta, e até simples reformas se tornam insustentáveis. Mas não só o setor privado sofre com a alta, uma possível paralisação nas obras públicas pode acontecer caso o preço dos materiais continue subindo.
Com todo esse cenário, podemos considerar que programas habitacionais, como o Casa Verde e Amarela, vão ser um dos mais afetados pela alta dos preços. As faixas limitam o preço final a ser financiado e, com altos custos envolvidos na construção, a obra é inviabilizada, fazendo com que incorporadores se distanciem de projetos habitacionais.
A alta dos preços dos materiais de construção é alarmante, pressionando diretamente o mercado imobiliário, tanto em futuros lançamentos quanto em quantidade de imóveis vendidos. Freando um dos setores que mais gerou vagas com carteira assinada em 2020, o otimismo esperado para o setor é afetado, causando uma possível desaceleração na economia do País.