A pressão sobre os custos do Casa Verde e Amarela
O segmento de construções econômicas, especialmente as que se enquadram no programa Casa Verde e Amarela, enfrenta dificuldades por conta da alta dos materiais de construção, além da já conhecida escassez de terrenos em regiões metropolitanas mais densas. O aumento do custo por m² foi tanto que a valorização patrimonial dos imóveis se mostrou expressiva em 2021, uma elevação de 19,3% que resulta em R$ 1,5 tri de valorização.
Como consequência direta, nos últimos meses, diversas construtoras e incorporadoras optaram pela suspensão temporária de lançamentos dentro do programa habitacional em questão. Uma parcela do setor alterou os empreendimentos concebidos no grupo que possui a menor renda mensal, adequando-os para os grupos superiores.
A situação motivou mudanças no programa, como o reajuste no valor máximo do teto, algo que desde 2017 não acontecia. Em regiões metropolitanas, capitais e cidades que tenham entre 20 mil e 50 mil habitantes, o aumento será de 10%, enquanto em cidades que variam entre 50 mil e 100 mil habitantes, o reajuste será de 15%. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o limite de preço de um empreendimento passará a ser R$ 264 mil.
Apesar de significar mais possibilidades na produção de residências em localizações centrais, como o Bem Viver Santa Cecília e o New Town, a medida está longe de solucionar o problema das famílias mais vulneráveis economicamente.
Enquanto isso, as incorporadoras do setor econômico seguem enxugando custos para lidar com o cenário atual. Vamos pensar nessa medida como um fortalecimento para o futuro.