A instabilidade no mercado imobiliário norte-americano
Impulsionada pela pandemia e pela Guerra da Ucrânia, a inflação vem desequilibrando a economia mundial, aumentando os riscos de uma forte recessão ainda neste ano. Os Estados Unidos vêm tentando conter o cenário no país com o aumento dos juros, que chegou ao seu maior nível desde 2008, atingindo diretamente o mercado imobiliário.
O aumento dos juros acaba encarecendo o financiamento imobiliário e afetando um dos grandes motores da economia do país. Com os juros de hipoteca em 5,5%, o mercado vem desacelerando e as vendas de imóveis caíram 13% nos últimos 12 meses, dando a sensação de paralisação ao mercado imobiliário com a previsão de retração de 12% em investimento de novas construções residenciais no próximo ano.
Como um dos favoritos do setor imobiliário, as propriedades comerciais estão perdendo força devido ao aumento dos juros. Mesmo que os imóveis comerciais se destaquem entre as vendas, o cenário não garante estabilidade ao setor, em que os preços já caíram 5% no segundo trimestre, com possibilidade de uma queda de mais 5% até o final do ano. As previsões são de que as negociações de crédito imobiliário comercial possam encolher até 18% só neste ano.
Essa instabilidade no mercado acontece logo após um cenário otimista no qual o preço dos imóveis nos EUA atingiu a maior alta do século, subindo 20,6% durante a pandemia devido às baixas taxas de juros. As altas taxas de juros fizeram com que o mercado imobiliário norte-americano entrasse em recessão, um cenário muito diferente do Brasil, onde as vendas de imóveis continuam aumentando mesmo com a alta de juros como a Selic.