As cidades 3C são muito mais que organização de bairros
Quatro caixinhas dispostas lado a lado ocupam maior área horizontal do que empilhadas, um efeito que no urbanismo é chamado de espraiamento. As megalópoles como São Paulo - Rio de Janeiro e Boston - Washington, apesar de conterem regiões verticalizadas e adensadas, também são bastante horizontais, um espalhamento que ocorre por conta do alto valor da terra, do custo de vida elevado e de outros tantos fatores que obrigam as pessoas a viver cada vez mais longe das regiões centrais.
O conceito Cidade 3C pensa justamente nas maneiras de orientar o crescimento, evitando a desconexão, a partir de três princípios:
- Crescimento urbano compacto;
- Infraestrutura conectada;
- Gestão coordenada.
Essas três palavras que começam com a letra “C” estruturam um conceito que vai além de estratégias de zoneamento, planejamento de bairros autossuficientes e implantação de tecnologias para tornar uma cidade inteligente. Na verdade, é a união de tudo isso sob uma gestão coordenada e uma rede de transportes eficiente.
Para exemplificar, uma cidade 3C ideal seria a união entre a vivacidade de Amsterdã com as suas ruas caminháveis repletas de atividades diversificadas e a eficiente mobilidade de Tóquio, permitindo que as pessoas utilizem meios de transporte alternativos. Junto disso, estariam associadas às políticas de contenção da malha urbana de Portland, que garantiram um crescimento ordenado.
Obviamente que a espontaneidade dos territórios precisa ser respeitada, portanto, uma cidade 3C se molda de acordo com o contexto e, claro, os empreendimentos lançados diariamente têm o poder de contribuir para a transformação positiva das megalópoles.