Participação das mulheres no mercado imobiliário
Recentemente, a construtora MRV e a empresa de desenvolvimento urbano Urba, integrantes da plataforma de soluções habitacionais MRV&CO, receberam o selo Women on Board (WOB) – iniciativa apoiada pela ONU Mulheres.
O objetivo é divulgar, valorizar e reconhecer a presença feminina nos ambientes corporativos, concedendo um selo às empresas que tenham, pelo menos, duas conselheiras efetivas em seus quadros de funcionários. Empresas como Cia Hering, Burguer King, Ambev e EDP já possuem o selo.
E ainda que o número de corretoras tenha crescido 144% entre 2003 e 2013, as mulheres representam apenas 30% dos profissionais que atuam legalmente na atividade, de acordo com o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI). Um estudo de 2020 do Conselho Regional de Fiscalização do Profissional Corretor de Imóveis (CRECI-SP) indica que, em São Paulo, as mulheres representam 34% do total de corretores.
Em seu livro Proprietárias, a arquiteta, e idealizadora, cofundadora e líder do movimento Mulheres do Imobiliário, Elisa Tawil, apresenta reflexões sobre o potencial transformador da mulher no mercado imobiliário, como compradora, investidora ou líder. "Abordo a importância dos investimentos ESG e como a equidade torna as empresas mais lucrativas, inovadoras e criativas, algo já explorado em diversas pesquisas.", afirmou em entrevista à Exame Invest.
Além disso, o perfil da demanda de imóveis do relatório FipeZap do primeiro trimestre deste ano revelou que, apesar de o perfil de investidores ser de homens, em sua maioria, as mulheres representam 39% das investidoras potenciais e 36% dos que investiram nos últimos 12 meses.
Ainda que a proporção global de mulheres e homens que ocupam cargos de liderança seja desigual, para que os investimentos no imobiliário também sejam acessíveis para mulheres, é fundamental incluir debates sobre a figura feminina nas tomadas de decisão e nos espaços que determinam os rumos econômicos do segmento imobiliário.