Mercado imobiliário brasileiro em meio a alta da inflação e dos juros mundialmente
O mercado imobiliário é reconhecido por estimular a economia, sobretudo em relação a materiais e mão de obra. Porém, com crises e instabilidades em alguns mercados ao redor do mundo, surgem algumas dúvidas em relação à inflação e à subida dos juros mundialmente.
Além do endividamento de algumas incorporadoras chinesas e a previsão do Banco Mundial do tímido crescimento de apenas 2,8% do PIB chinês, recentemente também surgiram discussões em relação às atuais vulnerabilidades do mercado imobiliário norte-americano, como a maior alta do século nos preços dos imóveis e os aumentos agressivos dos juros pelo banco central americano, Federal Reserve (Fed).
De acordo com um estudo da empresa Country Economy (em inglês), responsável por realizar levantamentos de dados macroeconômicos internacionais, em 64 países, 58 tiveram elevação de juros neste ano. O Brasil ocupa a 13ª posição, já que a taxa Selic aumentou de 9,25% para 13,75% neste ano. Enquanto, o primeiro lugar, com a maior alta, ficou com a Ucrânia (25% ao ano), que está em situação de guerra.
O mercado imobiliário brasileiro não fica imune, e os atuais juros altos, assim como a inflação, representam riscos para o desempenho do setor. Ainda mais em um ano eleitoral, que pede mais cautela para as negociações.
Dados mostram que o número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 18% no primeiro semestre de 2022, em comparação ao ano passado, ao passo que também houve uma alta de 5% nos números de financiamentos imobiliários.
Para os economistas, a probabilidade de o Banco Central elevar a Selic novamente é baixa, já que o Brasil foi um dos primeiros países a subir a taxa de juros no período pós-pandemia. Além disso, a taxa de juros brasileira continua em um patamar elevado, ficando atrás somente da Argentina, que possui uma taxa de juros em 75% ao ano.