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Como um ano eleitoral pode interferir no mercado imobiliário

Urna eletrônica representa o ano eleitoral.
Foto da autora Giovana Costa

Um ano que contará com eleições sempre tende a oferecer incertezas, oposição de ideias, diferentes propostas de governo e muitas expectativas, especialmente quando é a presidência que está em jogo. Em 2022, todas essas questões estão potencializadas, por se tratar da eleição mais polarizada desde a redemocratização do País.

Gráfico mostra pesquisa do think tank Amazonita Clube, núcleo estratégico do grupo Mulheres do Imobiliário, sobre expectativa em relação ao crescimento do mercado imobiliário brasileiro em 2022.
De acordo com uma pesquisa do think tank Amazonita Clube, a expectativa é de que o mercado imobiliário brasileiro cresça em 2022. Fonte: Exame

Em entrevista exclusiva ao Blueprint, as advogadas, especialistas em Direito Imobiliário, Fernanda MustacchiAnna Lyvia Ribeiro, ambas integrantes do núcleo Mulheres do Imobiliário, expuseram suas perspectivas em relação ao ano eleitoral e seu impacto sobre o mercado imobiliário, com foco no período pós-pandêmico.

O primeiro ponto levantado refere-se ao momento político e econômico do Brasil: “Considerando que, antes da pandemia, nós já estávamos num contexto de um índice alto de desemprego, o que acabou aumentando no cenário pandêmico, e estando numa perspectiva de inflação muito alta, tudo tem trazido mais instabilidade ao cenário político… Esse segundo semestre acaba sendo bem desafiador também pela própria Copa do Mundo. Há mais desafios para quem se eleger.”, explica Anna.

Já na opinião de Fernanda, há indícios de que a situação pode ser mais tranquila: “Temos uma questão positiva: eu já conheço as duas opções iniciais. Quem está certo, quem está errado, não é esta a questão. Independentemente de quem ganhar, eu já vivenciei isso antes… Inconscientemente isso também favorece que os incorporadores, loteadores e mais pessoas do mercado imobiliário pensem: “Vou suspender um pouquinho tal investimento, mas já tenho uma ideia do que vai acontecer.”

Para ambas, existem pontos de atenção até mais importantes que a eleição: “O aumento do custo do material da construção, a dificuldade de ter matéria-prima ou perder mão de obra é muito pior do que a eleição para o mercado imobiliário.”, explica Fernanda.

Enquanto Anna destaca a importância de se preparar pensando nas ações que cada candidato pode oferecer: “Obviamente, todos somos influenciados pelos nossos valores e princípios no momento do voto… Contudo, para pensar em desenvolvimento econômico e possibilidades, temos que identificar os critérios objetivos, principalmente os planos de governo nessa área econômica.” 

Com a única certeza de que novos rumos vão surgir em outubro, o ideal é conhecer os candidatos, preparar-se para votar e ficar de olho nas notícias. Quanto ao mercado imobiliário, devido às transformações que as eleições trazem, o ideal é ter cautela nas negociações e se atentar a juros, índices e outros indicativos de mudanças.