Como serão as casas em Marte?
Depois de produzir oxigênio respirável em Marte, a NASA trabalha no desenvolvimento de estruturas habitáveis para atender completamente às necessidades dos seres humanos no planeta vermelho. Apesar das características parecidas entre Marte e o planeta Terra, o solo rochoso e irregular, tempestades de areia e radiação excessiva ainda são variantes que precisam ser contornadas. Além disso, há os desafios de pouso no solo, configurando os sete minutos de terror.
No concurso habitat impresso em 3D (em inglês) promovido pela NASA, a estrutura Marsha (em inglês) venceu ao propor um formato que se adapta bem ao terreno irregular, exige pouca mobilidade da impressora 3D e mantém a correta pressão interna nos ambientes, além de garantir entrada de luz, elemento vital para os seres humanos. Essa casa seria construída utilizando o material da própria superfície de Marte, diminuindo a carga transportada pelo veículo espacial.
O formato orgânico da estrutura Marsha otimiza questões relacionadas à pressão interna e à temperatura, além de ser uma proteção contra os fenômenos naturais. Fonte: AI Space Factory
A Mars Dune Alpha (em inglês) também é uma estrutura impressa em 3D de destaque, idealizada por Bjarke Ingels, fundador do estúdio BIG. O arquiteto possui altas expectativas com relação à possibilidade de Marte ser o novo mundo e desenvolveu essa construção como parte de seu projeto Mars SCience City (em inglês), que será construído nos Emirados Árabes Unidos como uma cidade realista para simulação espacial. A base construtiva contém cúpulas translúcidas que permitem a entrada de luz enquanto protegem da radiação, e, no interior dessas estruturas, os pavimentos se desenvolvem para o subsolo, como um prédio invertido.
A Mars Science City será a maior cidade de simulação espacial já construída. Fonte: BIG
Projetar cidades para as águas e para o sol que contenham estruturas para suporte das mudanças climáticas é o passo inicial para que Marte não seja um planeta reserva, mas sim um complemento dos territórios já habitados. Em geral, os planetas cotados atualmente para atender à vida humana, possuem traços próximos aos cenários mais extremos da Terra.
Para a astrônoma Lucianne Walkowicz, se entendermos como habitar os ambientes mais inóspitos do planeta Terra, será possível nos mover para além dele, portanto manter a habitabilidade do local de origem é tão importante quanto procurar novos territórios para viver.