Casas projetadas para suportar as futuras mudanças climáticas
As mudanças climáticas vêm sendo cada vez mais discutidas no mundo e seus efeitos podem trazer grandes consequências, até mesmo algumas irreversíveis. Segundo um pré-relatório do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), foi concluído que as mudanças climáticas derivadas das ações humanas vão afetar muito a vida na Terra nos próximos 30 anos.
Os riscos são tão graves que mesmo que as emissões dos gases de efeito estufa sejam contidas, o planeta vai sofrer impactos como aumento da temperatura, escassez de água, colapso dos ecossistemas, disseminação de doenças e fome. Atualmente as mudanças climáticas já afetam muito a vida de milhares de pessoas. Mesmo que de modo invisível para nós, todo ano cerca de 20 milhões de pessoas são obrigadas a deixar suas casas por conta de desastres climáticos. No cenário brasileiro, os efeitos colaterais das mudanças climáticas não são tão diferentes ou mais animadores.
Pensando em um futuro difícil e como as moradias conseguiriam lidar com as mudanças climáticas, os arquitetos do W-LAB desenvolveram um projeto para suportar o cenário climático que enfrentaremos nos próximos anos. A proposta do possível futuro de moradia foi desenvolvida com base em simulações digitais que permitem visualizar um cenário climático que está por vir, no qual zonas de clima temperado poderão se tornar áridas e com climas hostis.
O projeto constitui-se em um sistema de unidades modulares distribuídas em um sistema radial contornado por vegetação, criando, ao centro do complexo, uma área protegida. As moradias são cabines transportáveis que se apoiam e são aparafusadas no solo, construídas através de materiais reciclados e de origem natural, proporcionando o isolamento termoacústico das unidades. Equipada com painéis solares e um sistema de reciclagem de água, a casa também permite o cultivo de alimentos e uma composteira, garantindo uma vida autossuficiente e sustentável.
Contemplando uma possibilidade no método de construir em áreas que serão mais afetadas pelas mudanças climáticas, a cápsula poderia até ser uma opção para zonas secas e quentes do Brasil, como o Nordeste. Sabemos que o projeto não é a solução para se lidar com os desastres climáticos, mas possibilita uma reflexão de como pode ser a vida futura se não cuidarmos do presente. Afinal, a espécie humana vai conseguir prosperar ou simplesmente sobreviver nos próximos anos?