Build-to-rent: novas possibilidades no Brasil
Há um contexto de redução do poder de compra e uma diminuição na demanda por aquisição de moradia na Europa, em meio aos desdobramentos da guerra da Ucrânia, aos indícios da crise energética e ao desaquecimento do mercado chinês. E com a possibilidade do aumento da inadimplência nos financiamentos imobiliários, devido ao crescimento das taxas de juros básicas, as incertezas só aumentam.
Nos Estados Unidos, por exemplo, com o aumento dos preços no mercado imobiliário nos últimos dois anos, com o desbalanceamento entre oferta e demanda de imóveis, as perspectivas de aumento da taxa de juros tendem a contribuir para que uma parcela maior da população se direcione para o aluguel; não por desejo próprio, mas sim pela necessidade.
A expectativa brasileira tem alguns riscos sobre o futuro dos ativos, mas há uma luz no fim do túnel, ou melhor, nos mercados a longo prazo. É o caso dos investimentos em moradias para renda, com o conceito de moradia sob demanda, os chamados build-to-rent (BTR), ou “construir para alugar”. Um conceito de moradia no qual residenciais são projetados por empresas com o propósito específico de alugar suas unidades.
Este mercado tem sido impulsionado pela cultura do compartilhamento, uma característica forte da Geração Z. Atualmente, ele representa 80% do segmento de aluguel no setor imobiliário americano e tem ganhado destaque no Brasil. O mesmo acontece com os segmentos voltados para idosos e estudantes, senior living e student living, respectivamente.
Atualmente, algumas empresas têm apostado que o futuro da moradia é por assinatura; desse modo, em vez de a possibilidade de comprar prédios prontos, grandes investidores podem experimentar o modelo build-to-rent.
É o caso da Share, uma realização da Mitre Realty, por exemplo, que oferece o modelo student living, baseado em experiências globais, sem sair de casa. A ideia surgiu como uma forma de proporcionar uma experiência única para universitários que buscam espaços com vivências construtivas e pensadas para a fase da vida acadêmica.
O segmento no Brasil tem despertado o interesse entre investidores internacionais, sendo o risco cambial um dos poucos desafios a se enfrentar atualmente.