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8M: por menos difamações, sobretudo no setor da construção

Pista onde surgiu a cratera no canteiro da Marginal do Tietê, vista de cima.
Foto da autora Giovana Costa

Após a abertura da cratera no canteiro da Marginal do Tietê, em São Paulo, devido ao desmoronamento de um trecho da obra da linha-6 Laranja do Metrô, um vídeo fake e difamatório foi lançado nas redes sociais, culpabilizando profissionais mulheres do setor da construção pelo ocorrido.

Pista onde surgiu a cratera no canteiro da Marginal do Tietê, vista de cima.
Cratera no canteiro da Marginal do Tietê. Fonte: Agência Brasil

Utilizando diferentes trechos recortados de um outro material original, o vídeo fake incluía depoimentos de profissionais que exaltavam o trabalho e a presença feminina nas obras. Nas imagens, as mulheres são expostas, com legendas contendo nomes e cargos, e responsabilizadas ao som de uma trilha irônica com cenas do desabamento.

Assim que o vídeo passou a circular, importantes entidades do setor como SindusCon-SPSecovi-SPCBICCREA-SP se posicionaram contra a ação e repudiaram a divulgação do vídeo. Assim como também fez a empresa Acciona, responsável pela obra.

Com o 8M ⏤ Dia Internacional das Mulheres ⏤ se aproximando, o posicionamento contra a criação e a propagação de vídeos e falas sexistas torna-se centro das discussões sobre a participação feminina no setor. Da mesma forma, ganha espaço a repercussão de ações de combate ao preconceito e à discriminação de gênero em diversas áreas, como no mercado imobiliário e na construção civil.

Entretanto, por mais redundante que possa parecer, é preciso celebrar o trabalho das mulheres todos os dias, para além de datas específicas no ano. O Amazonita Clube e o Infra Women Brazil, por exemplo, são núcleos que promovem a presença, enfatizam a importância da atuação de mulheres no setor e incentivam a evolução do mercado imobiliário, por meio da constante contribuição para maior representatividade.

Para o futuro, o desejo é que não sejam mais necessárias notas de repúdio e, principalmente, que o respeito não seja limitado apenas a um único dia no mês de março.

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