8M: por menos difamações, sobretudo no setor da construção
Após a abertura da cratera no canteiro da Marginal do Tietê, em São Paulo, devido ao desmoronamento de um trecho da obra da linha-6 Laranja do Metrô, um vídeo fake e difamatório foi lançado nas redes sociais, culpabilizando profissionais mulheres do setor da construção pelo ocorrido.
Utilizando diferentes trechos recortados de um outro material original, o vídeo fake incluía depoimentos de profissionais que exaltavam o trabalho e a presença feminina nas obras. Nas imagens, as mulheres são expostas, com legendas contendo nomes e cargos, e responsabilizadas ao som de uma trilha irônica com cenas do desabamento.
Assim que o vídeo passou a circular, importantes entidades do setor como SindusCon-SP, Secovi-SP, CBIC e CREA-SP se posicionaram contra a ação e repudiaram a divulgação do vídeo. Assim como também fez a empresa Acciona, responsável pela obra.
Com o 8M ⏤ Dia Internacional das Mulheres ⏤ se aproximando, o posicionamento contra a criação e a propagação de vídeos e falas sexistas torna-se centro das discussões sobre a participação feminina no setor. Da mesma forma, ganha espaço a repercussão de ações de combate ao preconceito e à discriminação de gênero em diversas áreas, como no mercado imobiliário e na construção civil.
Entretanto, por mais redundante que possa parecer, é preciso celebrar o trabalho das mulheres todos os dias, para além de datas específicas no ano. O Amazonita Clube e o Infra Women Brazil, por exemplo, são núcleos que promovem a presença, enfatizam a importância da atuação de mulheres no setor e incentivam a evolução do mercado imobiliário, por meio da constante contribuição para maior representatividade.
Para o futuro, o desejo é que não sejam mais necessárias notas de repúdio e, principalmente, que o respeito não seja limitado apenas a um único dia no mês de março.