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Sistema BIM no mercado imobiliário

O sistema BIM funciona como um ciclo interdisciplinar onde todos os agentes colaboram entre si.
Foto da autora Nathalia Zanardo

Cada vez mais o mercado imobiliário busca incorporar tecnologias voltadas para a construção civil para otimização da rotina do setor. Evitando incompatibilidades e desperdício de materiais, essas inovações tecnológicas começaram a ser utilizadas por diversas empresas e o sistema Building Information Modeling, mais conhecido como BIM, se tornou prioridade para 70% das incorporadoras.

Criando um modelo virtual de todas as etapas de um projeto, o BIM é um software que pode ser utilizado desde o desenho do empreendimento até o gerenciamento de sua construção. Mas para Felipe Mesquita de Oliveira, CEO e fundador da plataforma WebProject, o sistema é inovador por ir além: “O BIM, na verdade, é muito mais que um software, além disso ele é uma tecnologia aberta.” A plataforma funciona como um processo interdisciplinar, que se estende a uma abordagem universal, permitindo que todos os agentes envolvidos no projeto colaborem através de uma base de dados em formatos abertos.

 

O sistema BIM funciona como um ciclo interdisciplinar onde todos os agentes colaboram entre si.
Abrangendo todas as fases e os profissionais envolvidos em um projeto, o sistema BIM funciona como um processo interdisciplinar no qual todos os agentes colaboram. Fonte: Mais Engenharia

Baseado na cooperação, colaboração e comunicação, outra grande vantagem é a antecipação de eventuais problemas de incompatibilidade, pois permite que os projetos técnicos sejam visualizados em três dimensões, o que facilita a identificação imediata de problemas, garantindo mais assertividade, evitando atrasos na obra e aumentando a produtividade. As vantagens não se limitam à área de projetos: “Essas vantagens vão se replicar em várias áreas. Se você vai fazer um orçamento, por exemplo, tende-se a ter uma precisão muito maior o fazendo com base em um modelo BIM.”, explica Felipe.

 

O sistema BIM permite que todas as partes do projeto sejam visualizadas em 3D.
Funcionando de maneira colaborativa e integrada, o sistema BIM diminui as incompatibilidades de um projeto em que todas as partes podem ser visualizadas em três dimensões. Fonte: Mais Engenharia

Dentre as dificuldades da implementação do sistema BIM, está o alto custo envolvido, pois, muitas vezes, não é possível repassar o valor para o cliente. Para Felipe, isso se resolveria por meio de um modelo de contratação no qual os benefícios seriam divididos entre todos os agentes: “Existem modelos no exterior que se baseiam basicamente no rateio do benefício do projeto. Cada obra vira uma cooperativa, se o projetista conseguiu uma otimização de X%, todos da equipe ganham um percentual.”

Outra maneira de driblar os altos custos seria a tentativa de educar o cliente final, mostrando as vantagens do que ele está adquirindo como a possibilidade de realizar reformas facilmente, já que o projeto totalmente unificado também é entregue com o empreendimento.

Quando questionado sobre o futuro da aplicação do sistema no mercado imobiliário brasileiro, Felipe afirma que a criação das normas oficiais para o sistema vai aumentar o nível de maturidade do cenário nacional. Mas ele também acredita que o decreto presidencial, que determinou a utilização da plataforma como uma exigência para licitações públicas, vai ajudar a movimentar o ecossistema e impulsionar a adoção do BIM na indústria da construção civil. Assim, a adoção do sistema no mercado imobiliário pode ser recente, mas já é considerada por muitos como um caminho sem volta.

Foto da autora Nathalia Zanardo
Arquiteta que entende a profissão como um transformador da sociedade. Acompanhando sempre os novos lançamentos do mercado imobiliário.
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