Segurança feita com as próprias (mãos) câmeras?

A pobreza, o desemprego e a desigualdade causam a falta de segurança no Brasil, contribuindo para que o País tenha dez das 50 cidades mais violentas do mundo, segundo o ranking do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal.

O aumento da violência se manifesta através da criminalidade, o que gera consequências, como: São Paulo atingiu um aumento de 4,2% nos casos de roubos e furtos, em comparação com o período pré-pandemia. Há uma expectativa de que o Poder Público resolva o problema da segurança no Brasil, enquanto algumas empresas privadas tomaram a iniciativa de criar soluções como câmeras e aplicativos.

Novas soluções para segurança 📷

Utilizados para o monitoramento de um bairro ou um empreendimento específico, os totens com câmeras se tornaram uma das soluções mais adotadas para garantir maior segurança nas ruas. Com um sistema de inteligência artificial, o equipamento consegue identificar atitudes suspeitas e, em caso de uma ocorrência, a central de monitoramento entra em contato com as autoridades.

Outra solução desenvolvida para deixar as cidades mais seguras foi o aplicativo Citizen (em inglês), criado em 2020. Lançado em 30 cidades dos Estados Unidos, a ideia do aplicativo é criar uma rede de vigilância em massa através da denúncia de crimes em tempo real com vídeos e imagens adicionadas pelos usuários para maior transparência.

O problema dessas soluções 🤷

Ainda que inovadoras, essas soluções geram questionamentos que precisam ser levados em consideração: O que seria uma atitude ou uma pessoa suspeita? Uma pessoa que você nunca viu nas redondezas ou realmente um ato criminoso? Críticos afirmam que essas tecnologias causam julgamentos do que seria suspeito, mas não resolvem os reais problemas.

O real caminho para oferecer mais segurança precisa ser pautado em políticas públicas que devem partir da esfera da segurança, do planejamento das cidades e também do projeto das edificações. 

Por exemplo, um zoneamento bem trabalhado, fachadas ativas conectadas com a cidade, ruas feitas para pessoas, empreendimentos sem muros e soluções pautadas na gentileza urbana podem criar uma cidade inteligente mais segura, humana e viva.