A rua também é feita de pessoas (não só de muros)
A abertura do térreo de edifícios, com espaços ao ar livre ou galerias, cria possibilidades e movimenta a rua. Esse fluxo de pessoas traz segurança, afinal, é mais agradável andar por um local onde há movimento, ou seja, muros não são sinônimo de segurança.
O Conjunto Nacional e o Rochaverá são clássicos exemplos de edifícios onde os muros do térreo dão lugar ao passeio e ao encontro de pessoas. Neles, existe a conexão com a cidade sem afetar a privacidade dos andares superiores.
Eduardo Carvalho, fundador e diretor da Moby Incorporadora, em publicação para a Veja São Paulo afirmou que o muro é o principal inimigo da cidade e o símbolo da divisão. Numa entrevista ao Blueprint, explicou: “Não é o muro que resolve a questão da segurança. O muro encobre um problema urbano, de projeto que não considera a mistura entre os usos. Na rua tem que ter gente”, afirmou Eduardo.
Eduardo acredita que a linhagem de produtos residenciais dos últimos cinco anos está mais atenta à cidade, mas ainda precisa evoluir. A urgência dessas questões reflete positivamente nos três projetos recentes da Moby. O Cotoxó 926 conta com uma pracinha aberta ao convívio e à conversa, da mesma maneira que o Mourato, 473 e o Amoreira valorizam a relação com a calçada por meio de bancos e jardins que sombreiam.
No O Parque Brooklin, da Gamaro, também são observados detalhes interessantes. O terreno abriga um verdadeiro parque com acesso ao público, que se abre para a cidade com caminhos, espelhos-d’água e espaços comerciais.
Existem diversas soluções para quebrar a barreira criada pelos muros. A fachada ativa e os empreendimentos multifuncionais são apenas algumas delas.
Quer saber mais sobre o assunto? Continuaremos nas próximas edições!