Novos terrenos junto às linhas de metrô e a micromobilidade
Recentemente o Secovi - SP anunciou oportunidades de terrenos junto às linhas de metrô em expansão que fazem parte de um total de 420 mil metros quadrados de áreas com potencial de desenvolvimento imobiliário. A notícia é ótima, pois em São Paulo todos querem morar perto do metrô.
Considerando que parte desses terrenos se transforme em residenciais, ou polos de trabalho, será que o entorno está preparado para oferecer bons percursos para os pedestres? Estar próximo de terminais e estações é bom, mas só faz sentido se as pessoas puderem caminhar e utilizar sistemas de micromobilidade compartilhada, como bicicletas e patinetes em seus percursos.
Para chegar aos terminais de transporte, a linearidade da rota, o número de travessias, os níveis de poluição e barulho, a proteção ao clima e a percepção de segurança são quesitos essenciais para o pedestre, de acordo com o urbanista e doutor em engenharia do transporte Júlio Borello Vargas. No livro Efeitos da Arquitetura: Os impactos da urbanização contemporânea no Brasil, Borello chama isso de “alcançabilidade” do transporte coletivo.
No cenário perfeito, portanto, as ruas e as calçadas precisam de um desenho universal, que considere o deslocamento seguro de veículos leves e de pedestres nas mais diversas condições, das crianças aos idosos, bem como das pessoas com mobilidade reduzida. Considerando que a calçada é de responsabilidade do proprietário, as construtoras contribuem para essa alcançabilidade ao oferecer gentilezas urbanas em todo o perímetro da construção.