Mercado imobiliário em contextos de guerra
Em uma edição anterior, falamos sobre os impactos que a guerra tem na vida das pessoas diretamente inseridas nesses territórios, sendo a desconexão com o lar um dos resultados mais cruéis. Os contextos de guerra moldam as cidades em dimensões sociais, urbanísticas e arquitetônicas, desenvolvendo mecanismos de proteção e sobrevivência.
O conflito entre Israel e Palestina evidencia as consequências de uma guerra entre nações. Pelas ruas é comum encontrar barreiras que dividem territórios, como uma parede de até oito metros de altura e quilômetros de comprimento, além de dezenas de torres de vigilância.
Levando para uma visão global, as consequências podem ir além dos limites do espaço físico. Na Ucrânia, a cidade de Ujhorod passa por um complexo processo de gentrificação, no qual os preços dos imóveis e dos aluguéis dispararam. A causa disso está no fato de que a região é vista como refúgio, fazendo com que os proprietários cobrem preços muito mais altos que antes.
A guerra é um descompasso que impacta o setor imobiliário internacional, tanto que a OCDE já projeta uma queda de 0,5% na estimativa de crescimento da economia global, além do aumento da inflação no mundo. A organização prevê efeitos no preço do petróleo e em outros insumos, desdobramentos que, em algum momento, atingem os materiais de construção.
A indústria de fundos imobiliários está em atenção, e medidas como a redução da tarifa de importação do aço já foram tomadas para que as demandas da produção imobiliária continuem sendo atendidas, impactando o mínimo possível no bolso do comprador.