As startups do mercado de resíduos da construção civil
O Brasil só recicla 21% dos resíduos da construção civil, e 98% do total têm potencial para ser transformado. Concluindo essa ideia, poderiam ser criados 7 mil prédios por ano apenas utilizando tudo o que é descartado por esse setor.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída por lei no Brasil, tem como orientação principal a não geração de resíduos, os quais, quando gerados, devem ser transformados. São premissas como estas que os vencedores do prêmio Pritzker de 2021, Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, priorizam em seus projetos, por meio da requalificação de estruturas preexistentes que evitam a demolição.
De todas as maneiras, há sobras inevitáveis, e parte delas pode ser reutilizada em produtos para a construção civil ou mesmo para o erguimento de novas edificações. O surgimento de startups como a VG Resíduos e a B2Blue favorece a economia circular na construção civil. Ambas conectam vendedores aos compradores de resíduos e já têm clientes como a Eucatex e a construtora Tenda.
Essas startups podem ser facilitadoras inclusive para empresas que atuam em nichos específicos, como a Sebanella, especialista em transformar o gesso em argamassa e fertilizante para uso em solos danificados. Os resultados desse ciclo de conexões são projetos como o LLUM Batel, que utilizou 10% dos seus materiais vindos de matéria-prima reciclável e destinou 75% dos resíduos para a reciclagem e o reuso, tornando-se o primeiro edifício a receber certificação LEED Gold no Brasil.