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Construções em até 48 horas, isso é possível?

Vila de casas impressas em 3D em Austin, no Texas.
Foto da autora Nathalia Zanardo

As impressoras tridimensionais mudaram os métodos de produção em vários setores, que vão desde pequenas peças até grandes inovações na medicina. O desenvolvimento e a evolução dessa tecnologia possibilitou que até o mercado das construções conseguisse utilizar a ferramenta a seu favor, como feita na primeira comunidade com casas impressas em 3D no México.

Em 2019, o déficit habitacional no Brasil representava a falta de quase 8 milhões de moradias e essa demanda continuará aumentando. Segundo o estudo realizado pelo economista Robson Gonçalves, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a população brasileira vai crescer e com isso gerar uma demanda de 30,7 milhões de novos domicílios até 2030 no País. Em contrapartida, propostas que deveriam ser soluções para esses problemas não vêm sendo bem-executadas pelo governo ⏤ atrasos em obras de programas habitacionais ou a interrupção delas devido a cortes no orçamento são falhas que continuam acontecendo.

Para solucionar esses problemas habitacionais, a impressão 3D vem sendo utilizada cada vez mais em construções. Um dos mais recentes casos foi com a startup estadunidense Icon, que construiu uma vila de casas impressas em 3D para sem-tetos. Com residências de 37 m² impressas em menos de 48 horas, o objetivo do projeto é acomodar cerca de 480 moradores em um espaço de 200 mil m².

Vila de casas impressas em 3D em Austin, no Texas.
Vila de casas impressas em 3D projetadas pela startup americana Icon. Fonte: Archdaily

Outros casos, como a 1ª casa feita por impressora 3D na Europa, em que o processo de impressão durou apenas 120 horas ou do pilar de 2 metros produzido em 30 minutos, provam que não só esse tipo de construção é eficaz como também pode ser feita em massa. Em um caso nacional, uma estudante de engenharia elétrica construiu uma casa de 66 m² impressa em 3D e provou a redução de custos de construção em até 50%, enfatizando o grande potencial da tecnologia como uma nova possível tendência para o setor imobiliário.

Em uma conversa com André Cassiano, gerente comercial na Magik JC, explicou a importância da redução do prazo de entrega da obra. Esse adiantamento viabiliza ainda mais o projeto, já que proporciona uma economia de custos fixos e retorno financeiro mais rápido. Pensando em como a tecnologia 3D funciona em construções, o setor imobiliário seria beneficiado pelo ganho na rapidez de execução, sendo uma excelente oportunidade para o desenvolvimento do setor ou para resolver problemas como déficits habitacionais, afinal todos merecem um lar.

Foto da autora Nathalia Zanardo
Arquiteta que entende a profissão como um transformador da sociedade. Acompanhando sempre os novos lançamentos do mercado imobiliário.
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