A reforma do Vale do Anhangabaú ajuda a revitalizar o centro de São Paulo
Não é de agora que se ouve sobre a importância de revitalizar os centros das cidades e, felizmente, estamos vivendo uma época em que tal revitalização vem sendo materializada através de diferentes recursos. As intervenções vão desde a requalificação do espaço público, como o Largo do Arouche, à abertura de comércios, restaurantes e novos empreendimentos imobiliários.
Entretanto, mais do que recorrer a intervenções pontuais, os centros das capitais brasileiras precisam de reformas maiores, interdisciplinares, que envolvem ⏤ além de desenho urbano, arquitetura e paisagismo ⏤ o entendimento da problemática e uma busca precisa da melhor forma de materializar uma solução. O caso do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, que será inaugurado em breve, é um exemplo pelo qual temos muito a aprender.
Até então, o lugar, que já havia sido objeto de intervenção urbana no passado, seguia apresentando problemas e, apesar de ser um espaço com localização estratégica, por onde passam milhares de pessoas por dia, terminava por ser um local que não facilitava a passagem, tampouco propiciava o estar. A proposta da Prefeitura da cidade teve como objetivo facilitar cruzamentos entre os dois lados do centro, ao mesmo tempo que criar acolhedores para o uso.
Para a elaboração do projeto para um novo Vale, a Prefeitura realizou primeiramente um estudo bastante preciso sobre o lugar. Logo, convocou arquitetos, planejadores urbanos, técnicos de diferentes secretarias municipais e representantes da sociedade civil para workshops, com o objetivo de criar um projeto extensivo, tanto tecnicamente quanto popularmente.
O projeto do novo Vale do Anhangabaú propõe: melhorar os acessos, através de um piso contínuo, integrado às ruas de pedestres do centro; criar um ambiente que convide as pessoas a ficar, mediante mobiliário urbano, vegetação, iluminação; reativar fachadas de edifícios que dão ao Vale, com comércios e serviços; e ser o suficientemente flexível para garantir um bom uso do espaço no dia a dia, assim como esporadicamente abrigar eventos da cidade, a exemplo da “Virada Cultural” e do “SP na Rua”.
Pode-se concluir que o projeto de revitalização do Vale do Anhangabaú vai além de uma intervenção pontual, pois busca requalificar o centro em sua totalidade e servirá de motor para novas melhorias do coração da cidade de São Paulo, lugar de riqueza histórica e cultural, que ainda tem muito a melhorar.