Mercado editorial também é multicanal
Em um universo de marketing multicanal, para alguns subirem, outros precisam descer. O mercado editorial está sendo pouco falado, porque normalmente se fala mais dos casos de sucesso. Mas e o pessoal da banca de jornal?
Bom, aparentemente o número de cachorros alfabetizados está em alta. No Mercado Livre, mais de 1.000 anúncios diferentes ofertam "jornal para cachorro". Isso só acontece, porque as vendas de jornais físicos para humanos não devem estar de acordo com o planejado.
No mês passado, a Amazon se consolidou com a maior livraria do Brasil, atingindo uma fatia de mercado de cerca de 40%, sem contar os livros digitais para o Kindle. Se somar os livros digitais, concorrentes diretos, começamos a entender porque Livraria Cultura e Saraiva estão em recuperação judicial.
Durante o pico da pandemia, o Metro Jornal e o Destak, distribuídos gratuitamente em cruzamentos das principais cidades do Brasil, tiveram a circulação interrompida, passando a operar 100% online. Isso impacta bastante o marketing imobiliário, que sempre considerou todos os jornais como forte solução para lançamentos imobiliários.
Particularmente, não acredito que seja o fim do impresso. Eu sou daqueles que não gosta de sujar as mãos para ler jornal, mas assino digitalmente as editorias que mais gosto, como Estadão e Nexo, já há anos. Essa é uma constatação que o comportamento multicanal já existe há muito tempo, porém agora, com tantas evidências, fica mais fácil entender.